segunda-feira, janeiro 31, 2011

Amor de mãe!

Tenho pensado muito no meu papel de mãe. E nas coisas que devo fazer pra melhorar como tal e por consequência, fazer da minha filha a cada dia, melhor ser humano.

Acredito que não utilizo nem um terço da minha capacidade como mãe. Sei que sou uma pessoa muito autocrítica, sei que faço mais que muitas outras milhares de mães por seus filhos, apesar de cada uma ser cada uma, mas mesmo assim, sei que deveria fazer mais. E mais ainda, sei que isso que faço não é suficiente.

Colocar um filho num mundo, não é tarefa das mais simples. Mundo cruel este que vivemos, onde tantas histórias absurdas acontecem, onde os riscos todos são tão imensos. Mas isso é viver. E se não fosse tão bom, porque então os filhos vêm? não é mesmo? apesar de todos os problemas que as pessoas passam, o ser humano tem sempre a esperança acima de tudo, e essa esperança renasce também quando damos à luz um filho, uma nova vida à vida.

Mas, e nosso papel de mãe? bastou pôr um filho no mundo?

Ali é que começa uma bela duma jornada. Tanto pra nós, mães, quanto pra nossos pequenos seres, vindos de nós e tão dependentes de nós. Desde os primeiros momentos é de nós que eles precisam. E ao longo do decorrer de suas vidas, vão aprendendo a se desgarrar da mamãe aos poucos.

Mas o que será de nossos filhos depois? que tipos de seres humanos, nós, mães estaremos dando ao mundo? a sociedade? ao planeta?

O que temos em mãos é uma extrema responsabilidade. Isto sim! mesmo em casa, por poder do machismo, que até hoje impera, qualquer coisa que o filho faz, é pra direção da mãe que todos olham, é ela que leva a responsabilidade por tudo. Apesar de isso ser ruim, é este um fato. Ao mesmo tempo que um pai cobra isso da sua mulher, ele sabe que o laço que liga um filho à sua mãe é eterno, é durável, é imaculável, é lindo e puro.

Um vez, eu estava num ônibus e havia lá também um casal com dois filhos pequenos,um deles, com poucos dias de vida. Por alguns minutos, a mãe precisou se ausentar, na poltrona os filhos permaneceram com o pai. O bebê recém nascido, chorou todo o tempo no colo do pai, mesmo este tendo feito de tudo pra calar a boca do nenén que já começava a incomodar alguns passageiros. A mãe veio correndo pra socorrer seu pequeno e bastou ela sentar na poltrona e colocar o bebê no colo, próximo ao seio, pra ele no mesmo instante, parar de chorar. E ficou ali, no peito de sua mãe ouvindo aquele som já conhecido de suas batidas do coração, de sua respiração, não queria mamar, não estava xixi, não queria nada, pra ele bastava aquele som e aquele cheiro de mamãe. Eu estava com a minha do lado, abraçei ela como se ela ainda fosse um bebê...

Pensando nesse casal, penso que é esta a função que temos. De estarmos do lado dos nosso filhos quando eles choram, quando eles precisam.

Muitas vezes nossos filhos choram sem demonstrar, sem escorrer lágrimas. Eles não querem aumento da mesada, não querem comida, não querem ir ao McDonalds, não querem o mais novo par de tênis da moda, não querem aquele super hiper IPod novo que acabou de ser lançado, eles só querem sentir o nosso bater do coração pertinho deles, o nosso olhar de aprovação ou não (porque filho não espera que a gente diga sim pra tudo, porque eles precisam de limites, e esses somente nós podemos dar), eles só querem nosso abraço, o nosso carinho, nossa presença por perto. Eles só querem que a gente desligue a televisão que passa as novelas em série, uma atrás da outra, ou o computador um pouco.

Ser mãe não é só alimentar os filhos. É prepará-los pra vida. E essa preparação pra vida não é só ensinar a atravessar a rua, ou comer com a boca fechada, é muito mais.

É aproveitar o pouco tempo que temos com eles. É olhar no olho e silenciar pra ouvir o que eles têm a dizer. É calar quando necessário e falar sem pudor quantas vezes for preciso. É "ajudar, auxiliar" nas liçoes de casa, mas sem fazer por eles, é ajudá-los a pensar sozinhos, mostrando alguns caminhos de raciocínio. Não é pegar na mão, é dar a ferramenta necessária pra eles construirem sozinhos, mas sempre sabendo que a mamãe está por perto. É ensinar os valores da vida, o respeito às pessoas, às leis. É fazer mais. Mais do que a gente acredita que pode.

Mas ir até onde podemos. Até onde está nosso limite. Não superar pra não pirar, porque afinal, somos mulheres e temos nossas próprias necessidades.

Botar um ser humano a mais neste mundo, é saber que mais vale o que fazemos do que o que dizemos. Afinal de que adianta falarmos por exemplo, pra eles não falarem palavrão se nós falamos? ou que eles não devem jogar lixo na rua, se nós jogamos as pontas de nossos cigarros, o palito de picolé, o papel da bala? De que adianta falar que mentir é feio se nós mentimos sempre, ou que falar da vida dos outros é feio, se nós não saimos da casa do vizinho e não fechamos a matraca falando mal de uma e de outras?? ou que ler é bom, mas eu não leio nem mesmo aquela receita de pudim que ela tanto gosta e sempre dá errado porque eu não quero ter o trabalho de ler pra acertar a medida de leite ou o que for? de que adianta xingar minha filha porque ela não organiza seu quarto, se o meu guarda roupa é uma bagunça? ou falar pra minha mãe que ela não me obedece, ou xingá-la de desobediente, diabinha, capetinha, se eu não imponho limites??

Amar é impor limites. Criança precisa de limites, precisa de bons exemplos sendo executados e não somente comentados. De limites!! Criança precisa de nãos. Criança precisa cair, precisa chorar. Precisa ralar o joelho. Precisa de uma nota vermelha na escola.

Criança precisa de amor, muito amor e se sentir protegida.
Infelizmente hoje minha filha não mora comigo apesar de só ter 10 anos, de que adianta ensinar tudo isto e escutar um dia que morar com meu pai é melhor!
Mas são coisas da vida tenho que aceitar.

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